O que é o DHEA?
O DHEA (desidroepiandrosterona) é um hormônio esteroide produzido naturalmente pelo nosso corpo, mais precisamente pelas glândulas suprarrenais — que ficam acima dos rins. Ele é responsável por dar origem a outros hormônios importantes, como a testosterona e o estrogênio, por isso é chamado de “hormônio precursor”.
A partir dos 30 anos, a produção natural de DHEA começa a diminuir gradualmente. Essa queda pode impactar o bem-estar físico e mental, afetando energia, libido, massa muscular e até a disposição diária. Por isso, este hormônio passou a ser estudado como uma alternativa de suplementação hormonal, principalmente para pessoas acima dos 40 anos.
Alguns estudos indicam que a suplementação com DHEA pode contribuir para o aumento dos níveis de testosterona, especialmente em pessoas com deficiência desse hormônio. Isso ocorre porque o DHEA atua como um precursor na cadeia de produção hormonal, servindo de base para a síntese da testosterona no organismo. Embora os efeitos possam variar de pessoa para pessoa, há evidências de que, em adultos mais velhos ou com níveis hormonais baixos, o DHEA pode oferecer um leve impulso na produção natural de testosterona — o que pode refletir em mais disposição, força e libido
Para uso como suplemento, a desidroepiandrosterona é produzido em laboratório por meio de uma substância extraída do inhame mexicano (Dioscorea villosa) ou da soja. Esses compostos vegetais são transformados em DHEA sintético com estrutura idêntica à do hormônio humano, permitindo seu uso em cápsulas e cremes.
No entanto, seu uso não é liberado em todos os países. Nos Estados Unidos, por exemplo, o DHEA é vendido livremente como suplemento alimentar. Já em países como o Brasil, Canadá e parte da Europa, sua venda é controlada, exigindo receita médica devido ao seu potencial efeito hormonal.
Para que serve o DHEA? Descubra os principais benefícios
Com a queda natural do DHEA ao longo da vida, muitas funções do corpo também começam a desacelerar. A suplementação com DHEA tem chamado atenção justamente por ajudar a recuperar parte dessa vitalidade, trazendo melhorias que fazem diferença no dia a dia — especialmente após os 40.
Veja alguns dos principais benefícios relatados por quem faz o uso controlado do DHEA:
- Mais energia e disposição para encarar a rotina com menos cansaço físico e mental
- Melhora do desempenho sexual, com aumento da libido em homens e mulheres
- Apoio à massa muscular e força física, sendo útil para quem pratica musculação ou deseja envelhecer com qualidade
- Aumento da densidade óssea, ajudando na prevenção da osteoporose
- Estímulo ao sistema imunológico, fortalecendo a defesa natural do corpo
- Contribuição para o equilíbrio do humor, com redução de sintomas de estresse e leve melhora em quadros de depressão leve
Esses são apenas alguns dos efeitos mais conhecidos. Como o DHEA é um hormônio precursor, ou seja, participa da formação de outros hormônios importantes no corpo, sua presença equilibrada influencia diversas outras funções hormonais, mantendo o organismo em harmonia.
DHEA no esporte e na estética: mais do que aparência, é performance
Não é só o público acima dos 40 que se interessa pelo DHEA. Quem treina com regularidade ou busca melhorar o corpo com saúde também encontra nesse hormônio um aliado interessante.
Por ser um precursor da testosterona, o DHEA pode ajudar a melhorar a resposta muscular, a força e até o processo de recuperação após o treino. Por isso, é comum ver praticantes de musculação ou atividades de alta intensidade utilizando o DHEA como parte da rotina de suplementação.
Além disso, a desidroepiandrosterona também tem sido estudado por seu possível papel na redução da gordura corporal e melhora do metabolismo, especialmente em pessoas com níveis hormonais mais baixos.
Não se trata de um “milagre”, mas sim de uma ferramenta complementar que, usada com responsabilidade e orientação adequada, pode potencializar os resultados — tanto na estética quanto na saúde.
DHEA e saúde mental: equilíbrio emocional também importa
Muito além dos efeitos físicos, o DHEA também tem ligação direta com a saúde emocional. Como ele participa da regulação hormonal, seus níveis influenciam substâncias que afetam o humor, a motivação e até a clareza mental.
Estudos indicam que pessoas com níveis mais equilibrados de DHEA tendem a apresentar:
- Menor sensação de estresse e maior resiliência emocional
- Redução de sintomas depressivos leves a moderados, especialmente em adultos mais velhos
- Melhora na concentração e clareza mental, com sensação de mais foco
- Mais estabilidade de humor, o que reflete diretamente no dia a dia e nos relacionamentos
Esses efeitos podem variar de pessoa para pessoa, mas o fato é que, ao manter os hormônios regulados, o DHEA contribui de forma indireta para uma mente mais saudável — o que é essencial para o envelhecimento com qualidade de vida.
Como tomar DHEA com segurança? O que você precisa saber
Se você chegou até aqui e está pensando em usar o DHEA como suplemento, é importante entender como esse hormônio atua na prática. Apesar de ser vendido como suplemento em alguns países, ele ainda exige atenção por se tratar de uma substância com efeitos hormonais diretos no organismo.
O DHEA pode ser encontrado em diferentes formas no mercado:
- Cápsulas, que são a forma mais prática para uso diário
- Cremes tópicos, geralmente aplicados em terapia de reposição hormonal
- Formulações manipuladas, ajustadas às necessidades individuais com base em exames e orientação médica
Um dos formatos mais populares é o suplemento DHEA 50mg, indicado com maior frequência para homens com deficiência comprovada do hormônio. Já o DHEA 25mg MRM é uma opção comum entre mulheres ou pessoas que buscam uma dose mais leve e gradual, especialmente no início da suplementação.
Qual a dosagem ideal de DHEA?
A dose ideal de DHEA varia de acordo com sexo, idade, histórico clínico e objetivo da suplementação. Em linhas gerais:
- Homens adultos costumam utilizar entre 50 mg e 100 mg por dia, especialmente quando há sintomas como baixa libido, fadiga crônica e perda de massa muscular.
- Mulheres adultas geralmente se beneficiam com doses menores, entre 10 mg e 25 mg por dia, sendo o DHEA 25mg MRM uma opção bastante utilizada por seu bom custo-benefício e absorção controlada.
Vale reforçar que, apesar da disponibilidade do suplemento DHEA 50mg em diversos sites internacionais, no Brasil sua venda exige receita médica, já que o DHEA é classificado como substância hormonal de controle especial.
Atenção ao uso e acompanhamento profissional
Por se tratar de um hormônio com impacto direto na produção de testosterona e estrogênio, o uso do DHEA sem acompanhamento médico pode levar a desequilíbrios hormonais, surgimento de acne, queda de cabelo, alterações de humor e outros efeitos colaterais.
A suplementação com DHEA só deve ser iniciada após exames laboratoriais e prescrição médica adequada. Isso garante não apenas a segurança, mas também o aproveitamento máximo dos benefícios do DHEA, com a dose certa para o seu perfil hormonal.
DHEA e envelhecimento saudável: mais vitalidade após os 40
Um dos motivos que mais atrai a atenção para o DHEA é sua relação com o envelhecimento saudável. À medida que os anos passam, nosso corpo reduz naturalmente a produção desse hormônio — e essa queda pode influenciar diretamente na energia, na libido, no humor e até na aparência física.
A suplementação com DHEA tem sido estudada como uma alternativa para:
- Recuperar parte da vitalidade perdida com o avanço da idade
- Manter os níveis hormonais em equilíbrio, favorecendo o bem-estar geral
- Preservar massa magra e densidade óssea, prevenindo fraqueza muscular e osteoporose
- Melhorar a qualidade de vida e autoestima, principalmente entre homens e mulheres após os 40
É importante lembrar que o DHEA não é um elixir da juventude, mas pode sim ser um apoio para quem busca envelhecer com mais saúde, disposição e equilíbrio — sempre com o acompanhamento de um profissional.
Efeitos colaterais do uso indiscriminado de DHEA
Apesar de ser vendido como suplemento em alguns países, o DHEA não deve ser usado por conta própria. Ele é um hormônio que atua em diferentes funções do corpo, e sua suplementação só é realmente eficaz e segura quando feita com acompanhamento médico, especialmente por um endocrinologista.
Esse profissional vai solicitar exames para avaliar seus níveis hormonais e, com base nisso, indicar a dosagem ideal para o seu perfil. Isso é essencial para garantir bons resultados e evitar desequilíbrios.
O uso sem orientação pode trazer efeitos colaterais sérios, como:
- Aumento de oleosidade da pele e acne, principalmente em pessoas com tendência a problemas dermatológicos
- Alterações de humor, como irritabilidade e ansiedade, devido ao impacto hormonal
- Desequilíbrios hormonais, com excesso de testosterona ou estrogênio, dependendo do metabolismo individual
- Queda de cabelo (em alguns casos), especialmente em pessoas geneticamente predispostas à calvície
- Problemas no fígado, em casos de uso prolongado ou em altas doses
- nterferência em outras medicações ou condições de saúde, como diabetes e hipertensão
Além disso, mulheres podem apresentar efeitos androgênicos (características masculinas), como engrossamento da voz, aumento de pelos e alterações menstruais.
Importante lembrar
Mesmo sendo um suplemento, o DHEA age como um hormônio e deve ser tratado com o mesmo cuidado de um medicamento.
Quem não deve usar DHEA de maneira nenhuma
Embora o DHEA traga benefícios para muitas pessoas, existem situações em que seu uso é totalmente contraindicado. Por ser um hormônio com ação direta em várias funções do organismo, o uso sem avaliação médica pode representar riscos sérios à saúde.
Não devem usar DHEA:
- Pessoas com histórico de câncer de mama, próstata ou ovário, pois o DHEA pode estimular hormônios ligados ao crescimento de tumores
- Mulheres grávidas ou amamentando
- Pessoas com problemas no fígado ou que utilizam medicamentos com potencial hepático
- Indivíduos com doenças hormonais não tratadas, como síndrome do ovário policístico (SOP) ou distúrbios da tireoide
- Quem já apresenta níveis hormonais normais ou elevados, o que só pode ser confirmado por exames
Além disso, o DHEA pode interferir na ação de vários medicamentos, o que torna a automedicação ainda mais arriscada.
O suplemento de DHEA pode:
– Reduzir o efeito de medicamentos como tamoxifeno, anastrozol, letrozol, exemestano e fulvestranto, comumente usados em tratamentos hormonais e oncológicos
– Diminuir a eficácia da vacina contra tuberculose (BCG)
– Aumentar o efeito de sedativos como o triazolam, o que pode causar sonolência excessiva e outros efeitos adversos
Por isso, nunca inicie o uso de DHEA sem acompanhamento médico especializado. O suplemento só deve ser considerado após uma avaliação completa da sua saúde, histórico familiar, exames hormonais e medicamentos em uso.
Em dúvida se a suplementação é para você? Procure um endocrinologista e faça tudo com segurança.
Fontes consultadas:
FDA
Harvard School